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Mostrando postagens de agosto, 2025

O Baile No Moulin De La Galette (1876), Renoir

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Por Sidney Falcão No final do século XIX, enquanto a fotografia ganhava força como nova linguagem visual, a pintura buscava renovar-se diante dos olhos apressados da modernidade. Foi nesse instante de ruptura e reinvenção que Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) concebeu O Baile no Moulin de la Galette , em 1876. Trata-se de um quadro que pulsa. Uma imagem viva, quase sonora, onde luz, cor e movimento se entrelaçam em ritmo dançante, como se a tela respirasse o mesmo ar da tarde representada.   A obra, hoje entre as mais conhecidas do Impressionismo, simboliza uma nova atitude diante do mundo: a pintura não mais como janela estática, mas como experiência sensorial. Em tempos de belle époque , quando Paris vivia uma euforia de progresso, arte e sociabilidade, Renoir elevou uma cena cotidiana à categoria de arte eterna. Ao registrar um baile ao ar livre, ele não apenas pintou; ele capturou um clima, uma mentalidade, uma forma de estar no mundo.   A cena se passa no coração de...

Pal-Ket (1973-1974), Victor Vasarely

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Por Sidney Falcão Nascido em Pécs, na Hungria, Victor Vasarely (1908-1997) percorreu um trajeto singular rumo à arte. Estudou medicina antes de mergulhar nas linhas e cores da Academia Podolini-Volmann, em Budapest e, depois, na escola Mühely — uma espécie de Bauhaus húngara, onde assimilou os fundamentos do construtivismo, da geometria funcional e da síntese entre arte e ciência. Em 1930, estabeleceu-se em Paris, onde atuou como designer gráfico e publicitário. Foi nesse ambiente que refinou sua sensibilidade óptica, desenvolvendo um vocabulário visual pautado pela repetição, pela abstração geométrica e pela ilusão.   É nesse cruzamento entre rigor técnico e fascínio sensorial que nasce a Op Art — abreviação de Optical Art —, movimento do qual Vasarely é um dos grandes iniciadores. A Op Art não narra: vibra, distorce, desorienta. Seu objetivo não é a representação, mas a experiência — uma arte que não se contempla passivamente, mas que desafia, provoca, convida o olhar ao labiri...