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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

“Les Demoiselles d'Avignon” (1907), Picasso

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Por Sidney Falcão  Imagine como teria sido a expressão de horror quem viu pela primeira vez, em 1907, "Les Demoiselles d’Avignon", quando Pablo Picasso (1881-1973) concluiu esta que é uma das mais importantes obras de arte do século XX. Naquele momento, a Europa já respirava os “ares modernistas” nas artes desde o surgimento do Impressionismo, décadas antes. Porém, a influência da arte acadêmica ainda resistia, mesmo sem a grande força de outrora. O choque, o escândalo e o pavor foram inevitáveis. Quando Picasso pintou "Les Demoiselles d’Avignon", ele tinha apenas 25 anos de idade, e apesar de muito jovem, sabia exatamente o que estava fazendo e tinha a plena consciência que estava executando uma obra polêmica e que resultaria em algo totalmente inovador. A prova disso foram os nove meses em que o pintor espanhol dedicou-se para fazer inúmeros esboços e pinturas que culminaram na tão famosa obra-prima. Para chegar à concepção estética de "Les

-“A Estudante Russa” (1915), Anita Malfatti

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Por Sidney Falcão Após uma temporada de dois anos em Nova York, nos Estados Unidos, a pintora paulista Anita Malfatti (1889-1964) estava de volta ao Brasil em 1917. No período que passou em terras norte-americanas, a artista brasileira ilustrou revistas, fez cursos de desenho, gravura, pintura, aprimorou a sua arte. Na Independent Art School of Art, foi aluna do pintor norte-americano Homer Boss (1882-1956), que tinha um completo domínio da linguagem expressionista, algo raro para um artista que estava fora da Europa naquele momento. Boss foi fundamental nos novos rumos que a arte de Anita estava começando a dar. Na bagagem que trouxe para o Brasil, ela trazia algumas das obras que iriam provocar uma verdadeira revolução na arte brasileira. Entre 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918, na “Exposição de Pintura Moderna”, em São Paulo, Anita expôs o resultado da sua produção nos dois anos que passou nos Estados Unidos. Os trabalhos expostos estavam totalmente em

"O Casal Arnolfini" (1434), Jan van Eyck

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Por Sidney Falcão  No século XV, a região denominada Flandres (região norte da atual Bélgica), vivia um grande momento de prosperidade social e econômica. A região era uma importante rota comercial para várias partes da Europa, o que acabou impulsionando a sua economia e o surgimento de uma classe social afortunada e influente: a burguesia. E era dessa classe social burguesa flamenga que pertencia o comerciante Giovanni Arnolfini e a sua esposa Giovanna Cenami, casal italiano que se estabeleceu e fez fortuna na cidade de Bruges, nos Flandres. Como toda família burguesa flamenga, os Arnolfini apreciavam obras de arte. Em 1434, o casal encomendou um quadro a Jan van Eyck (1390-1441), o mais importante nome da pintura gótica flamenga. O quadro, que poderia ser mais um retrato encomendado por um casal burguês bem sucedido, trazia na verdade grandes inovações técnicas para época, final da Idade Média e raiar do Renascimento. Mesmo sendo uma grande obra da pintura gótica flam