“A Incredulidade de São Tomé” (1602), Caravaggio
Por Sidney Falcão
“A Dúvida de Tomé” retrata uma conhecida passagem bíblica na qual Tomé, apóstolo de Jesus Cristo, não acredita na ressurreição do seu mestre e necessita conferir com os seus próprios olhos o fato extraordinário.
Na cena, registrada magistralmente por
Michelangelo Merisi da Caravaggio ( 1571-1610), Tomé não contenta-se em
simplemente ver, ele toca nas chagas de Cristo com uma impressionante expressão
de espanto. O franzir da sua testa ressalta o espanto, demonstra que o espanto
parece ser acompanhado de certeza. Os outros dois apóstolos que acompanham
Tomé, preferem ver com mais discrição.
Os detalhes realistas e o jogo de luz
e sombra, também conhecido como “chiaroscuro”, criam uma forte carga dramática.
Caravaggio soube como poucos artistas na História da Arte, usar muito bem das
possibilidades dos contrastes de luz e sombra. A luz que incide diagonalmente
sobre os retratados, parte do lado superior esquerdo para o lado inferior
direito. O fundo escurecido e vazio, valoriza as figuras em primeiro plano
iluminada pela luz na diagonal. A técnica de Caravaggio foi algo inovador em
sua época, o que o tornou uma das maiores referências da pintura barroca.
Um dado curioso é que Caravaggio
costumava usar pessoas comuns do povo, desprovidas de qualquer tipo de nobreza
como modelos para retratar personagens sagrados bíblicos ou da mitologia
greco-romana.
Ficha técnica
Título: “A Incredulidade de São Tomé”,
Artista: Caravaggio
Ano: 1602
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 107 X 146 cm.
Localização: Stiftung Schlösser und
Gärten Potsdam – Sanssouci, Potsdam, Alemanha.
Referências:
O Livro da Arte - Martins Fontes, 1999.
História da Arte – Graça Proença, Editora Ática, 2002
O Livro da Arte - Martins Fontes, 1999.
História da Arte – Graça Proença, Editora Ática, 2002
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